Hoje o blog faz um ano e quando comecei tudo isso; o blog, o tratamento alternativo, as buscas incessantes por conhecimento, auto-cura e afins eu não tinha a mínima ideia de tudo que me esperava, de tantas provas pelas quais eu passaria e nem se conseguiria manter esse espaço, o qual comecei mais pra me incentivar do que qualquer outra coisa.
Doze meses depois tenho tanta coisa pra dizer que não sei se consigo escrever. O início do blog foi o início do meu tratamento na Ayurveda, tratamento esse que eu mantive fiel por cerca de 9 meses, quando decidi seguir um novo caminho, por estar infeliz com o tratamento natural, mas ainda acompanhado de uma boa dose de corticóide.
Nesta nova tentativa o medicamento precisava cair fora da minha vida de uma vez por todas e, ou eu teria coragem de passar pela desintoxicação ou esse novo tratamento não funcionaria. O que a médica me disse foi pesado e suficiente pra eu ter a certeza que devia encarar isso de uma vez por todas. Doeu. Doeu as juntas, doeu a alma, doeu meu ego, minhas conquistas e especialmente minha independência. Passei quase três meses dependente do meu marido em boa parte das minhas atividades diárias, entretanto aos poucos me corpo começou a se acostumar com a ausência do corticóide.
Neste período eu parei o ballet, voltei devagar, voltei intensa, parei de novo e a mesma coisa com a prática da yoga, a diferença é que com a yoga eu mantive uma constância porque praticava em casa, pelo menos os ásanas mais suaves, que eu sentia que me ajudavam. A Ayurveda me ensinou muitas coisas e acrescentou outras muito importantes, como a meditação, que já fui melhor quando não tinha tantas dores e hoje ainda estou lutando para voltar a incorporá-la na minha rotina.
Passados quase 4 meses do novo tratamento, tive meu retorno no início dessa semana. A minha expectativa era de que eu estaria bem melhor e que o tratamento poderia ser aliviado, mas a resposta que tive foi que eu melhorei sim (não tanto quanto eu esperava) e que o tratamento deve permanecer o mesmo, firme e forte. Eu que já andava cansada de tomar chás e sucos o dia todo, controlar alimentação, aplicar emplastros de argila e afins, ao ouvir que isso deveria continuar igualzinho (com um pequeno acréscimo) me senti muito desanimada e abalada. O cansaço físico e emocional tomaram conta de mim e tive medo de não conseguir mais, comecei a questionar o por quê de tudo isso, me senti vítima, entre outras coisas. Entretanto depois de alguns dias percebi que eu só podia ser uma pessoa abençoada por ter acesso a um tratamento alternativo, que envolveu e envolve custos financeiros e pessoais, mas que no fim das contas só tem me acrescentado como ser humano.
Escolher um caminho alternativo é pros fortes, não tenho modéstia pra dizer. Seria muito mais fácil me entupir de remédios que aliviam as consequências, mas não cessam a causa. Nos dias escuros já quis desistir, mas aí penso em tudo que percorri pra chegar até aqui e não quero/ não posso jogar tudo fora.
Não sei em que parte estou desse caminho, sei que já convivo com essa doença há cerca de 9 anos e faz 1 que estou tentando ensinar pro meu corpo que ele pode se curar. Ainda dói, ainda é difícil, mas a cada dia avanço em pequenas grandes coisas e olhar pra trás e ver a minha melhora gradual é muito gratificante.
Lendo agora pouco mais um livro sobre auto-cura vi um relato de um jovem cego que recuperou a visão através de exercícios que os médicos julgavam ineficazes e ele acredita que isso era por conta do trabalho que eles dão, da demora nos resultados, mas sem eles e sem a sua persistência ele estaria cego até hoje. São histórias como essa que me inspiram a continuar.
Espero que nesse novo ano do blog eu tenha mais histórias inspiradoras pra contar do que dores para sentir e quero aproveitar para agradecer a todos que acompanharam o blog até aqui, a todos os amigos que me incentivaram diariamente, especialmente às amigas do ballet que entenderam, como ninguém, a minha luta e ao amor da minha vida que não desgrudou e nem descuidou um minuto de mim. <3
Santa Teresa - Laguna
Foto: Marcos Freitas