terça-feira, 11 de abril de 2017

LA ESMERALDA II

Agora que tá passando a ressaca do espetáculo já posso falar sobre ele. Primeiramente, (#foratemer) quem não foi, perdeu. Não é porque eu dancei não (imagina! rs), mas estava tudo tão lindo! Cenário incrível, nenhuma cortina fechada ou aberta na hora errada, áudio impecável, ninguém caiu do/no palco, todos objetos cênicos devidamente nos seus lugares (um sapatinho voando não conta né?), nenhum bailarino teve problemas de última hora e ficou fora e todos, sem exceção, brilhavam de felicidade. Essa última frase ouvi de muuuuuitas pessoas e foi o que eu senti mesmo, fortemente. 

Ciganada reunida

No dia 25 - "a grande estreia" foi de uma emoção que eu jamais conseguirei por em palavras, eu chorei minutos antes de começar, chorei na cena que a Esmeralda é condenada (sim, juro, chorei!) e me debulhei em lágrimas quando acabou. Acho que eu nunca tinha vivenciado uma experiência tão forte de superação e não falo só da minha em especial, falo da Karina que foi um grande exemplo pra mim, voltar a dançar depois de muito tempo parada, com problemas de saúde e um bebê recém nascido (lembro do dia em que ela foi ensaiar e teve que levar o Lolô porque ele não parava de chorar, mas ela foi mesmo assim!) e aquela baixinha brilhou nas pontas (nas pontas!!!) com pas de deux e tudo! Falo da Milena que seria uma das Esmeraldas e se machucou gravemente durante os ensaios e só conseguiu voltar a ensaiar este ano e foi uma das madrinhas mais lindas e impecáveis. Dava pra fazer um post pra cada uma dessas blalarinas: Lud que também se machucou, Thaís e Larissa que meu Deus do céu fizeram tudo e mais um pouco para que esse sonho realmente se tornasse real. Kelly e Paulinha que mesmo tendo menos tempo de ballet se jogaram. Gabi e Ana Sílvia que entraram depois e mesmo paradas também há um bom tempo arrasaram. E o que dizer da Márcia, que já elogiei aqui no último post, mas que além de tudo que fez por todas nós ainda ficou MA-RA-VI-LHO-SA no papel de Esmeralda? Fica aqui também meu carinho enorme à Anatália, nossa linda Esmeralda, que precisou se afastar por problemas de saúde e infelizmente não dançou. Não estou citando todos, mas na boa todos foram fodásticos e não estou falando de técnica perfeita até porque isso é ballet adulto né minha gente, não somos profissionais, somos amantes da dança e como foi bom compartilhar esse amor com essa galera.




Foi lindo, mas realmente não foi fácil. Tomei três anti-inflamatórios para conseguir dançar no dia 8 e mesmo assim meus dedinhos do pé direito estavam inflamados por causa da A.R. Eu não subi nas pontas em todos os passos, mas isso já era esperado, foi assim nos ensaios. O pé direito fraco, inflamado e aí você vai aprendendo a "brincar" com seus limites, foi um aprendizado e tanto. É preciso ser humilde para voltar atrás, para entender que seu corpo nem sempre faz aquilo que você manda, para aceitar as críticas, as mudanças, a idade, não que eu tenha sido...rs foi muuuito difícil, briguei comigo mil vezes, chorei, reclamei com a Márcia (inúmeras vezes), dias antes da estreia tive uma crise fortíssima no meio do ensaio que sentei e chorei, solucei de dor, minha irmãzinha querida, Camis, me levou pra casa porque eu não conseguia dirigir. E só pra esclarecer as crises de artrite vem quando elas bem entendem e neste caso, como na maioria das vezes, nada a ver com o esforço do ballet, eu podia estar sentada no sofá e ter dado isso. É assim que funciona :/ e claro que nesses momentos você fica puta da vida, se questiona o famoso por que comigo? por que comigo? Aí me vem uma coisa linda, sabe? A gente foca no por quê sinto essas dores ou foco na oportunidade que a vida me deu de dançar, na oportunidade de participar de um grupo que é só amor, de pisar em um palco aos quase 40 anos dançando ballet clássico de repertório? Vou ficar com a segunda opção feliz da vida <3.

No camarim com as lindas Gabi e Camis

Na aula pré-espetáculo - a cara de brava é só concentração mesmo


P.S. O post ficou meio página de agradecimento de TCC rs mas não posso deixar de agradecer à Márcia por ter acreditado na minha força, mais do que eu mesma, ao Sérgio Bruno por ter me elogiado e criticado na medida certa me dando uma confiança que eu nem sabia que tinha, ao Rick que me ensinou sobre encenação como eu nunca havia aprendido, ao Alex que me maquiou com o maior carinho do mundo, mesmo estando na maior correria, ao Pedro meu partner cigano lindo que meu dicas maravilhosas e a Carol, Kelly, Karina, Ludmila, Camila, Milena, Marília, Mariana, Gabi, Mércia, Ana Sílvia, Bel, Larissa e Thaís, por serem as melhores companhias que uma bailarina pode ter :)